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sábado, 10 de outubro de 2009

Apenas um Ato

Eu estava ignorando a minha esposa, exceto sexualmente – e isto estava nos destruindo.

Rick Koen

Acordando meio grogue, eu senti Jane rolar pro meu lado e colocar a mão em meu ombro. Tomando isto como uma sugestão, eu comecei a beijá-la. “Pare!” Jane disse enquanto se afastava.

“Você fica tão atraente de manhã”, eu disse, esperando por uma resposta. Mas ela apenas se afastou ainda mais.

“Como você conseguiu não se interessar mais?”, eu argumentei.

“É cedo demais e estou cansada”, Jane respondeu. “Além disso, este é o único momento em que você parece me notar”.

“Não é bem assim”, eu disse, me defendendo. “E ajudo com as tarefas da casa e tento conversar com você toda noite”.

“Você fala apenas sobre trabalho”, ela disse. Então acrescentou, “e quando foi a última vez que você esvaziou a lava-louças?”.

“Você sempre muda de assunto”, eu gritei de volta. “Eu não sei por que sexo parece algo desagradável pra você. Você costumava gostar!”.

“Por que você não vai assistir à televisão ou vai pro computador, como você sempre faz?” Jane respondeu.

Ai.

Eu me vesti e saí do quarto com raiva. Mas as acusações de Jane tinham fundamento. Eu simplesmente detestava admitir isso.

Eu era o problema – Por algum tempo, eu estive medindo minha felicidade pela forma como as coisas estavam indo fisicamente entre Jane e eu. E ultimamente, elas não iam bem. Levou pouco tempo para que eu percebesse que o problema não era Jane. Era eu.

Quando o interesse de Jane desvaneceu, eu estava muito absorvido comigo mesmo para ver que eu era o culpado. Ao invés disso, eu me tornei mal-humorado, acusando Jane de não estar cumprindo os votos do nosso casamento. Eu estava cego demais para ver que era eu que não os estava cumprindo. Eu tinha deixado de manter Jane no centro da minha vida fazendo as coisas que realmente importavam – conversar regularmente, compartilhar alegrias e desapontamentos e dividir igualmente a parceria com os cuidados com as crianças e com a casa. Eu estava concentrado apenas em duas coisas: como eu estava indo no trabalho – e na cama.

Quando a nossa vida sexual entrou em declínio, eu logo me afundei na vulgaridade: assistindo filmes com cenas de sexo, participando de histórias de amigos promíscuos, permitindo que meus pensamentos vagueassem sempre que eu via uma mulher atraente.

Como um cristão, eu sabia que estava fazendo escolhas erradas. Eu sabia que tinha que parar com essas coisas e fazer o que era certo. Mas, como? Minhas atitudes em relação ao sexo tornaram-se tão enraizadas, elas praticamente definiam quem eu era.

Eu ponderava que não estava tendo um caso, que não estava magoando ninguém. Mas estava. Meu relacionamento com Jane sofreu. Eu não a procurava mais como uma pessoa – apenas como uma parceira sexual. E um casamento em luta cria tensão para a família inteira.

Confessando-me a Jane – As coisas começaram a mudar em janeiro de 2000.

Eu acordei numa quarta-feira de manhã e me aproximei de Jane. Dada a forma que eu estava agindo ultimamente, entretanto, ela não se interessou. Nós discutimos e eu perdi a calma dizendo coisas horríveis e agressivas. Naquele momento Jane ficou realmente com medo – com medo de mim, seu marido, que supostamente deveria ser o seu protetor e defensor.

Eu saí de casa zangado – e fui para o meu encontro regular das manhãs de quarta-feira com Jim, meu sócio. Jim e eu sempre fazemos perguntas difíceis um ao outro, como: “Contra que tipo de pecado você está lutando? Você tem se mantido puro de corpo e mente? Você tem mentido pra mim?”.

Eu sabia que não estava sendo honesto com Jim ao responder estas perguntas, que eu estava mentindo para ele não admitindo o meu problema. Era a hora de esclarecer as coisas.

Eu cheguei a nosso local usual de encontro, embaraçado pelo que eu ia contar a Jim. Quando eu finalmente disse o que estava acontecendo, percebi que estava conversando com a pessoa errada.

“Eu tenho que ir pra casa”, eu disse a Jim. “Eu preciso me desculpar com Jane e tentar reparar o dano que tenho causado”. Jim e eu oramos e, então, eu voltei pra casa.

Eu nunca vou me esquecer daquela conversa com Jane. Ela poderia ser explosiva, então eu não sabia como me aproximar dela. Mas, aparentemente Deus a tinha preparado para esta conversa. Não me lembro de tudo o que disse, mas lembro perfeitamente que Jane estava completamente calma. Não houve raiva, gritos ou insultos, apenas uma paz que só poderia vir de Deus.

Depois que me desculpei, Jane disse: “Eu não sou a única pessoa com quem você precisa se acertar. Você precisa se acertar com Deus. Você precisa encontrar ajuda para ter de volta o controle da sua vida”.

Eu não tinha que esperar muito para começar. Eu havia agendado um almoço com meu pastor naquele dia.

Quando chegou a hora do almoço eu me abri contando a ele sobre a minha situação. Deus não permitiria que nada fosse esquecido, então minha consciência me levou a contar absolutamente tudo ao pastor Doug.

Deus falou através da reposta do meu pastor: “Toda vez que você assiste a filmes com cenas de sexo, você permite que sua mente vagueie, você está desonrando a sua esposa”.

“Você precisa concentrar as suas energias, especialmente sua energia sexual, exclusivamente nela”.

Eu, então, prometi ali que nunca mais permitiria que o sexo me controlasse novamente.

Retornando – Eu pedi a Deus que tirasse de mim tudo o que desonrasse Jane. Eu fiquei surpreso ao descobrir que Deus respondeu a minha oração e trouxe alívio imediato. Minhas tentações de assistir filmes imorais, paquerar uma mulher atraente ou perder o controle sobre a minha imaginação se foram.

Isto não significa dizer que eu não tenha lutado desde então. Ainda que as imagens não estejam tão fortes quanto antes, às vezes relaxo e minha mente se volta para imagens sexuais de novo. Mas eu descubro que Deus está tão desejoso de me perdoar e ajudar quanto estava quando eu fiz aquela primeira decisão crucial em minha vida.

Quando minha mente divaga, eu rapidamente falo com Jim, meu sócio. Saber que Jim me faz perguntas difíceis é, definitivamente, uma forma de inibição. Ele até já me chamou em meu quarto de hotel, numa viagem de negócios, para me perguntar como eu estava – e o que eu estava assistindo na TV.

Além dele, o pastor Doug me aconselha a fazer uma lista de todas as coisas que eu preciso eliminar de minha vida.

“Para cada comportamento negativo”, ele disse, “coloque um comportamento positivo em seu lugar. Se você não substituir o comportamento negativo com alguma coisa positiva, eventualmente o comportamento negativo retornará”.

Meus “comportamentos negativos” geralmente começam com imagens. Como a maioria dos rapazes, eu sou orientado visualmente. Jesus sabia disso; Ele disse que até mesmo olhar uma mulher com sensualidade é como cometer adultério em nossos corações (Mateus 5:28). Para mim, simplesmente olhar para filmes, fotos, ou outra mulher, pode me levar a pensamentos pecaminosos – e isto é significativamente prejudicial para o meu relacionamento com Jane.

Eu estou aprendendo a substituir um pensamento negativo por outro positivo –

“tirando” meus olhos de imagens insalubres. Recentemente li sobre “mudança” em um artigo. A idéia é que, se eu permito que meus olhos se demorem um pouco sobre imagens insalubres, estou pecando. Para prevenir isso, eu tenho me treinado a “saltar” os meus olhos para qualquer outra coisa. Eu não posso evitar ver certas coisas, mas eu posso controlar se vou adiante com elas.

Eu levo este princípio um nível acima. Sempre que vejo uma imagem a qual precise evitar eu, imediatamente, penso em um momento prazeroso com Jane, tal como a abraçando apertado quando vamos dormir. Isto me permite substituir uma possível situação pecaminosa com pensamentos que estimulam minha estima por minha esposa.

Eu também preciso eliminar potenciais fontes de pecados ao meu redor. Para mim, isto significa tomar cuidado com o que assisto na televisão. Quando comerciais com imagens sexies surgem na tela, eu concentro minha atenção em algo que esteja completamente longe da TV.

Controlando o que entra em meu corpo através dos meus olhos, fica mais fácil concentrar minha energia sexual em minha esposa. Nós também, freqüentemente, silenciamos a TV e discutimos, como família, o que estivermos assistindo – tornando algo potencialmente negativo em algo positivo.

Eu também estou assistindo menos a TV. E estou substituindo aquele tempo com mais conversas com Jane. Eu me concentro, em particular, no dia dela, não no meu. Nós também tentamos jogar mais jogos em família. Esses comportamentos positivos estão estreitando o relacionamento familiar e ajudando a superar minha tentação de pecar através de imagens visuais.

Como eu me liguei novamente a Jane através de conversas, descobri o que me atraiu a ela primeiro. Meu amor e estima por ela cresceram de novo. Eu comecei a apreciar tudo o que ela faz por mim e por nossa família. Eu me casei com uma mulher admirável e

sou grato a Deus por nos manter juntos. Ambos somos fortes individualmente, mas nossas forças são multiplicadas quando funcionamos como um casal e mantemos Deus no centro do nosso casamento.

Um homem transformado – Compreensivelmente levou um tempo para que Jane acreditasse nas mudanças que aconteceram em mim. Mas agora ela sabe que eu não vou voltar a ser um louco desvairado se ela disser não às minhas investidas.

Eu agora me concentro nas necessidades de Jane não somente porque devo, mas porque eu quero. E não pelo que isto faz com que ela faça comigo, mas pelo que isso faz por ela.

Eu sou uma pessoa diferente. Eu agora sei que agradar a minha esposa é a coisa mais importante que posso fazer, parecido com o amor de Deus. Eu posso ter intimidade com minha esposa sem sexo, e essa é uma intimidade mais profunda, que eu nunca experimentei através de atrações físicas.

Agora nós somos os melhores amigos um do outro, a quem abrimos a nossa alma, e isso é uma poderosa experiência de mudança de vida.

Rick Koen, gerente de projetos da American Air, vive em Indiana.

Copyright © 2008 por Christianity Today International

(Traduzido por Ana Maria Rocha Neves)

Fonte: Cristianismo Hoje

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